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Na 8ª edição da coluna Palavra do Presidente, Rafael Cervone faz grave alerta sobre o aquecimento global e aborda contribuição do setor no Estado de São Paulo para enfrentar o problema.

Neste momento em que se realiza a 29ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 29), de 11 a 22 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão, é fundamental reiterar a premência de conter o aquecimento global, pois as consequências são cada vez mais graves. Na indústria paulista, estamos fazendo nossa parte no âmbito dessa causa fundamental para toda a humanidade.

Nesse sentido, iniciativa relevante é a Jornada de Descarbonização, lançada em agosto último pela Fiesp, o Senai-SP e o Sebrae-SP, com apoio do Ciesp, em sua rede de 38 diretorias regionais e quatro distritais. Objetivo é apoiar as indústrias na transição para uma atuação mais sustentável e competitiva.

As micro, pequenas e médias empresas participantes passam por seis etapas de consultoria gratuita, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa, além de capacitação e acesso a uma plataforma para realizar de maneira autônoma o inventário do volume expelido. O programa é inteiramente gratuito para aquelas com faturamento anual de até R$ 8 milhões.

A despeito das ações governamentais, é importante o engajamento de todos na agenda do clima para que o Brasil consiga cumprir suas metas referentes ao Acordo de Paris, de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 48%, até 2025, e em 53%, até 2030. Há, ainda, objetivos específicos em São Paulo, de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme compromisso firmado pelo Estado na campanha Race to Zero da ONU.

Enquanto realizamos ações como a Jornada de Descarbonização, também estamos mobilizados no sentido de estimular políticas públicas no contexto da agenda do clima, pois é decisiva uma atuação mais efetiva de todos os governos, como defende o Brasil, que sediará a COP 30, em novembro de 2025, em Belém do Pará. É preciso elevar de modo substancial o volume de recursos das nações ricas para financiar a transição energética e os programas de mitigação dos impactos da emergência climática. Cabe lembrar que o compromisso atual, não cumprido de maneira plena, é de US$ 100 bilhões anuais.

As providências são ainda mais prementes ante o alerta do novíssimo Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): os países precisam reduzir 42% dos gases de efeito estufa que expelem para evitar aumento catastrófico da temperatura. Se não forem aprimoradas as ações atuais, o mundo chegará a uma elevação de até 3,1 graus Celsius, superando em muito a meta de 1,5 grau estabelecida pelo Acordo de Paris.

As inundações sem precedentes no Rio Grande do Sul e em Valência, na Espanha, a seca e os incêndios no campo no Brasil, os tufões nos Estados Unidos e outros fenômenos climáticos graves ocorridos este ano demonstram a urgência do engajamento de todos na meta de conter o aquecimento de nosso planeta. Consciente do grave problema e responsável, a indústria paulista está fazendo sua parte.

*Rafael Cervone é Presidente do Ciesp e Primeiro vice-presidente da Fiesp