06/11/2024 - Cerca de 67,5% das micro, pequenas e médias empresas têm tido alguma dificuldade no acesso ao crédito de agências públicas de fomento, de acordo com um estudo apresentado nesta quarta (06), durante o “16º Congresso MPI: Caminhos Inovadores para o Acesso ao Crédito”, promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Paulo. A pesquisa considerou as linhas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Fundação de Estudos e Projetos).
De acordo com o estudo ainda, as três queixas mais comuns apresentadas pelas empresas foram em relação aos requisitos excessivos para a aprovação, excesso de burocracia e exigência de garantias elevadas.
Outro dado é que 53% das empresas entrevistadas já haviam tentado solicitar crédito ou financiamento do BNDES ou da Finep, sendo que 68,3% destas fizeram o contato por meio de um banco repassador. A pesquisa ainda mostrou que 30,5% das empresas se sentem mais satisfeitas quando buscam ou recebem informações sobre produtos financeiros por meio de um gerente, mas 12,9% relataram maior satisfação com as informações fornecidas por intermédio de uma entidade de classe como a Fiesp ou o Ciesp.
Melhorias
O superintendente de departamentos da Fiesp, Renato Corona, que fez a apresentação do estudo, elencou ao fim que a capacitação e materiais de divulgação para as empresas, auxílio no processo de elaboração de projetos, redução da burocracia para acesso ao crédito e oferecer mais canais de acesso a informações sobre oportunidades de financiamento, com clareza e acessibilidade, são os principais pontos de melhoria para o BNDES e a Finep, bem como para as entidades de referência para a indústria, como o Ciesp e a Fiesp.
Nós temos que melhorar a comunicação porque eu tenho certeza de que o BNDES e a Finep têm linhas de crédito adequadas às necessidades das empresas”, disse Corona.
“One man show"
O presidente do Ciesp, Rafael Cervone, lembrou que as empresas de pequeno porte normalmente têm muitos problemas para resolver ao mesmo tempo. Ele destaca que, especialmente no caso das micro e pequenas empresas, o sistema costuma ser “one man show”, o que, na prática, significa um acúmulo de funções como produzir, vender, comprar e resolver todas as outras questões. De acordo com ele, os micro, pequenos e médios empresários são os que mais sofrem com as adversidades, por terem estruturas de trabalho enxutas.
Cervone também frisou que os empresários precisam lidar com uma quantidade enorme de informações que mudam o tempo todo, especialmente nas áreas tributária e financeira, o que torna mais complexa e difícil a vida das empresas.
Na sua avaliação, este tipo de congresso permite ainda que as empresas estreitem relacionamentos com as agências públicas de fomento e com os bancos comerciais tradicionais, com o intuito de potencializar a competitividade.
Esse tipo de evento promovido pela Fiesp e o Ciesp é um hub de soluções para as empresas em pautas como crédito e inovação, em um mesmo lugar, em um mesmo evento. Ao mesmo tempo em que o empresário traz essas questões, ele também toma conhecimento das soluções que estão sendo propostas”, disse o presidente do Ciesp.
À tarde, o BNDES e a Finep apresentaram suas principais linhas de crédito e recomendaram consultas em seus sites para os empresários que quiserem saber mais.