Você esta usando um navegador desatualizado. Para uma experiência de navegação mais rápida e segura, atualize gratuitamente hoje mesmo.
  • calendar_month
  • update
  • person Taianne Rodrigues
  • share Compartilhe

Gustavo Kass, presidente da Paranoá e fundador da DataWake, palestrante da Plenária de Inovação promovida pelo Ciesp, compartilha sua experiência ao começar o processo de inovação na empresa.

Ciesp News (27/08/2024) - Em continuidade ao tema abordado na Plenária de Inovação, evento promovido pelo Ciesp Santo André, no dia 20 de agosto, conheça a experiencia de Gustavo Kass, presidente da Paranoá e fundador da DataWake.

Confira a entrevista:

Ciesp News: Como foi o processo de transformação digital na sua empresa (Paranoá)?
Gustavo Kass: O processo iniciou pela junção de duas situações muito claras. Uma necessidade de dobrar a capacidade de uma das fábricas e uma definição de que nunca mais iríamos buscar empréstimo em bancos, que vem de uma longa história de quase falência em 2015, seguida de um Turn Around.

CN: Quais desafios enfrentou?
Gustavo Kass: Na verdade, foi o desafio que enfrentamos que gerou a inovação. Mas durante o processo de inovação, que dura até hoje e que nunca vai parar, os desafios são vários:
A incerteza constante de estarmos desbravando na direção certa. Para isso, temos que ter o norte, uma crença e seguir em frente.
As frustrações no meio do caminho. Para isso, temos que ser “antifrágeis”, conceito do escritor Nassim Taleb.
Gargalos como falta de pessoas com as novas competências. Para isso, criamos uma escola digital que treina atualmente sessenta jovens, parentes de funcionários, a programar. Contratamos como menores aprendizes na ordem de vinte por ano e eles passam por mais um processo de evolução interna.
Ainda em gargalos de conhecimento, temos as diversas ICTs (Instituições de Ciência e Tecnologia) espalhadas pelo Brasil para nos apoiar.
Limitação financeira. Para isso, usamos de maneira estruturada a Lei do Bem e editais e programas de inovação, como o Mover.
Quebrar a rigidez de mind set fabril. Para isso, criamos a DataWake, que é uma área de criação disruptiva que virou um spin-off e se tornou uma Startup.”

CN: E o que influenciou o surgimento da DataWake?
Gustavo Kass conta que a junção de quatro fatores motivou a abertura da DataWake:

1. O fato de não encontrar uma empresa que “pudesse executar um escopo mais abrangente e integrado às máquinas, pessoas e sistemas, conforme imaginávamos.”

2. Nota 3,5 em maturidade digital. O diagnóstico foi realizado pela Deloitte, a pedido do Fórum Econômico Mundial, em 2019, avaliou a maturidade digital de 6 empresas aeroespaciais e de 6 empresas de autopeças. Nesse diagnóstico, as notas variavam entre 0 e 5. “Isso nos chamou muita atenção e nos fez questionar o que estávamos fazendo de diferente.”

3. Percepção de que tinham criado um sistema robusto. “Com todos esses anos de experiência e trabalho intensos dentro da Paranoá, percebemos que havíamos desenvolvido um sistema robusto com algoritmos potentes.”

4. Digitalização de operações nas empresas de amigos. “Era um padrão receber três respostas: ‘Estou sim, estou colocando robôs na minha fábrica’. Mas isso não é digitalização, é automação. ‘Estou sim, estou colocando OEE em toda minha operação’. Mas o OEE (Indicador de Eficiência Global do Equipamento) não é a revolução industrial, não muda de fato a tecnologia fabril. ‘Não estou, isso é só para empresas grandes.’ Todas as empresas podem se digitalizar, sejam máquinas novas, antigas, bancadas manuais etc.”

“A união desses fatores nos inspirou a criar uma empresa dedicada a ajudar nossos colegas industriais a explorarem plenamente os benefícios da digitalização, rompendo paradigmas e contribuindo para que o Brasil se reposicione globalmente na era da revolução industrial”, explica Kass.

Dica
CN: Quais exemplos de estratégias inovadoras você tem observado e que são acessíveis para as empresas, independente do porte?
Gustavo Kass: “Normalmente é iniciando com projetos pontuais, pequenos, focados em assuntos de grandes impactos, por exemplo, consumo de materiais. Porém, tem um detalhe fundamental em nossa visão, desde o primeiro passo, por menor que seja, a arquitetura de dados e filosofia de digitalização deve estar no trilho de escalabilidade e profundidade necessária para acessar futuramente os outros módulos de IA avançada, sejam já desenvolvidos ou em desenvolvimento.”

Prêmio em IA
O empresário industrial Gustavo Kass foi um dos palestrantes no Painel "PMEs na Jornada da IA - da Ideia à Implementação" no primeiro dia (27/08) do Summit de Inteligência Artificial Fiesp/Ciesp. Foi no evento que os ganhadores do Prêmio Fiesp de IA 2024 foram revelados e Kass conquistou o 1º lugar na categoria "Case de Indústria - Inovação com IA".

Confira a parte um do tema inovação: uma conversa com Irina Freire, gerente do Ciesp Santo André e Gustavo Kass, presidente da Paranoá e fundador da DataWake. Clique aqui.