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A Plenária de Inovação promovida pelo Ciesp Santo André mostrou a importância de inovar para as empresas se destacarem no mercado e serem competitivas. Confira algumas percepções de Irina Freire, gerente da Diretoria Regional e Gustavo Kass, fundador da DataWake.

Ciesp News (27/08/2024) - A inovação transforma para melhor o modo como diferentes atividades são realizadas e, consequentemente, impacta positivamente nos resultados das empresas. A Plenária “Inovação ao alcance: como revolucionar seu negócio” promovida pelo Ciesp Santo André, no dia 20 de agosto, mostrou a importância do tema e as possibilidades de aplicação. Gustavo Kass, presidente do grupo Paranoá e fundador da Datawake, apresentou palestra com experiências práticas.

O evento reuniu empresários e lideranças regionais e contou com empresas, que também compartilharam suas ideias de inovação. Os participantes ainda tiveram uma sessão de perguntas e respostas para troca de ideias e esclarecer dúvidas.

E por que é tão importante debater o tema?
Para que os negócios sejam mais sustentáveis e ganhem em produtividade e competitividade, a inovação é fundamental. Porém, embora muitos empresários percebam essa importância, nem sempre sabem como começar. Além disso, inovar pode não parecer algo simples ou mesmo acessível, especialmente quando se pensa em pequenas empresas.

Um estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) com mais de 1 mil empresários ao redor do mundo, em 2024, revela que 83% das empresas encaram a inovação como prioridade. Por outro lado, apenas 3% dos entrevistados se sentem prontos para começar. E 48% observam que suas empresas fizeram algum esforço para vincular suas estratégias de negócios com inovação.

Então, conversas sobre inovação sempre são bem-vindas. Confira algumas percepções de Irina Freire, gerente do Ciesp Santo André e Gustavo Kass, presidente do Grupo Paranoá, fundador da DataWake e 1º lugar no Prêmio Fiesp de Intelência Artificial 2024.

Inovação: um diferencial ou uma necessidade
Para as empresas se manterem relevantes no mercado, é preciso saber: inovação é um diferencial ou uma necessidade?

Irina Freire, gerente do Ciesp Santo André, explica que “Inovar não é mais um diferencial, é uma necessidade urgente. Empresas que não inovam correm o risco de desaparecer. A velocidade das mudanças tecnológicas e comportamentais impõe às empresas a obrigação de se reinventarem continuamente para acompanhar o mercado. A inovação se tornou o oxigênio das empresas. Ela não é opcional para quem deseja permanecer relevante, especialmente em setores industriais onde a concorrência global exige flexibilidade e adaptação constantes.”

Para Gustavo Kass, presidente da Paranoá e fundador da DataWake: “Inovar sempre foi uma necessidade de se manter relevante no mercado e na vida de maneira geral. A diferença atualmente é que estamos no meio de uma revolução industrial muito ampla e profunda, que costuma ocorrer a cada cem anos. Nesse cenário, estar atento às mudanças e inovar passa a ser ainda mais importante. Temos que dedicar tempo para perseguir o ‘não sei que não sei’, vencer a inércia do ‘sei que sei’, para ter a consciência do ‘sei que não sei’ e avançar.”

Principais mitos
Portanto, é importante entender quais são principais mitos em torno da inovação e que podem atrapalhar as empresas a começarem sua jornada de inovação.

“Um dos maiores mitos é acreditar que inovação é coisa de grandes empresas com recursos ilimitados. Muitas empresas acham que inovar significa criar algo completamente novo, quando na verdade pode ser algo simples, como melhorar processos internos. O mito de que inovação é sinônimo de tecnologia de ponta também é prejudicial. Inovação pode ser aplicada em qualquer nível, desde a gestão operacional até o relacionamento com clientes, e não depende exclusivamente de grandes investimentos”, explica Irina Freire.

Para Gustavo Kass, as empresas pequenas, inclusive, têm uma vantagem em relação às grandes. “Em empresas pequenas e médias o ambiente já é mais flexível com processos decisórios menos complexos, portanto podem ser mais ousadas e ágeis.” Além disso, a inovação não está vinculada a grandes investimentos: “Não se trata de grandes automações. Pelo contrário, nós sensorizamos e integramos máquinas antigas que passam a se comunicar conosco e com os diversos sistemas, trocando dados. A partir dessas informações, nossos algoritmos atuam para melhoria de qualidade e produtividade.”

E como começar?
“Minha recomendação é começar pequeno. Identifique um problema específico dentro da sua operação e veja como soluções simples podem fazer a diferença. Experimente, teste e aprenda com os resultados antes de pensar em iniciativas mais abrangentes. O primeiro passo é criar um ambiente que incentive a troca de ideias. Não se trata apenas de implementar grandes projetos, mas de criar espaço para que todos, desde a produção até a gestão, possam contribuir com novas ideias”, observa Irina Freire, gerente do Ciesp Santo André.

Gustavo Kass também faz três recomendações:
• “Criar um ambiente flexível e uma cultura que permita o erro e a ousadia.
• Escolher uma dor clara, e buscar soluções visando resultado. A inovação tem um perigo, às vezes, corre-se o risco de ficar maravilhado com a criação em si e não avaliar o real resultado que ela realmente traz. Então ter uma dor clara para atacar, ajuda a manter o foco.
• Se estruturar para usar os benefícios, como Lei do Bem e editais de maneira segura e permanente.”

Inovação e a competitividade das empresas
Para Irina Freire, a inovação está diretamente ligada à sustentabilidade. “A adoção de novas tecnologias e processos pode não só reduzir custos operacionais, mas também diminuir o impacto ambiental, tornando as empresas mais competitivas e alinhadas com as demandas globais. A indústria do ABC, em particular, tem o desafio de se adaptar à economia verde. A inovação em processos sustentáveis fortalece a competitividade ao mesmo tempo em que atrai novos mercados e oportunidades, além de responder a pressões regulatórias e sociais.”

Gustavo Kass pontua que a inovação normalmente muda radicalmente um status quo estabelecido: “Elimina atividades que não agregavam valor e eram desnecessárias; potencializa conclusões de maneira mais profundas e rápidas; otimiza uso de recursos de maneira geral; garante a qualidade. Aprendemos a explorar resultados não só reduzindo peças não conformes, mas otimizando as peças conformes; abrevia o lead time de produção; aumenta a acuracidade de estoques.”

Confira entrevista com Gustavo Kass sobre sua experiência com a inovação. Clique aqui.