29/07/2025 - É crucial que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie a redução da Selic na sua reunião desta semana, dias 30 e 31 de julho, afirma Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Os juros elevados vêm freando de maneira intensa o crescimento econômico nacional e, diante do acirramento das disputas comerciais entre países e de incertezas, como o tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre nossos produtos, o problema ganha ainda mais peso como fator de perda de competitividade”, pondera.
Os juros têm uma tóxica relação com o rombo fiscal, que precisa ser contido a todo custo. O déficit compromete a capacidade de investimento do Estado, alimenta a inflação, afugenta investimentos produtivos, gera insegurança e consome recursos que deveriam ser aplicados em prioridades essenciais para a população, mas são utilizados no serviço de uma dívida pública impagável”, salienta Cervone.
Como consequência direta, a economia também fica prisioneira de juros estratosféricos, que inibem a contratação de crédito para investimentos e consumo, travando a dinâmica econômica.
“No entanto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio nessa perversa equação”, observa o presidente do Ciesp. Hoje, sem deixar de lado a meta fundamental de reduzir os gastos públicos, a necessidade de cortar a Selic é urgente. “Com uma taxa de 15%, a situação torna-se insustentável e sem justificativa frente ao quadro atual. A política monetária rigorosa já surtiu algum efeito, pois a inflação mostra sinais de desaceleração”, avalia.
Caso o Copom não inicie já a redução da Selic, o Brasil seguirá penalizando sua economia e sua população, agravando ainda mais o ambiente para investimentos produtivos.
O peso dos juros exagerados encarece nossas exportações e prejudica a competitividade. Além de Donald Trump, nós mesmos estamos criando, por meio da Selic, uma ‘tarifa extra’ para nossos produtos no mundo inteiro”, ressalta Cervone.
O País não tinha uma taxa tão alta desde 2006. Para o presidente do Ciesp, o momento exige visão estratégica:
Precisamos de políticas de Estado, não de governos ou partidos, com planejamento de longo prazo e ações sistêmicas. Faz parte disso, com urgência, a reforma administrativa para reduzir o custeio e aumentar a eficiência do Estado. Caso contrário, crise fiscal e juros elevados continuarão a corroer nossa economia e nos farão desperdiçar oportunidades abertas pela reconfiguração geopolítica global”.